Só que não!!!
Um assunto polêmico a se tratar, mas vamos falar deles: Os trajes fúnebres!
O costume de usar roupa preta em funerais vem desde a Idade Média, do período gótico, pela opressão que a Inquisição impunha. O uso de luto cerimonial e vestido era originalmente um privilégio das cortes reais da Europa e foi regulamentada pelo protocolo de corte por meio de leis. Ao longo de um período de cinco centenas de anos, no entanto, o uso de vestido luto espalhou para o resto da sociedade.
Nessa época a morte era vista como um castigo, algo obscuro e muito doloroso, em função das torturas impostas e das doenças do período, conhecido como os mil anos de escuridão.
Nos funerais reais, a carruagem fúnebre levava o corpo para o enterro e uma grande procissão ia atrás: a família, a aristocracia, militares, igreja, e os comerciantes (suas vestes de luto eram diferentes para indicar seu gênero e classe social). O mais alto na terra, homens e mulheres, usavam os mais longos comboios de luto e capuzes na cara de lã preta opaca, com crepe ou linho. No protocolo real as viúvas sempre usavam preto em público e por períodos mais longos.
No final do séc. XVII, o uso do preto começou a se tornar cada vez mais moda para os ricos, com bordados, joias e tecidos finos. E acabou se expandindo para a classe média.
Em meados do século XIX, a rainha Vitória, viúva aos 45 anos de idade em 1861, passou a usar o vestido de luto até sua morte. Outras viúvas e famílias seguiram seu exemplo. Por pelo menos dois anos e meio elas passaram a usar preto após a morte do marido, enquanto um viúvo só era obrigado por três meses.
Logo, começou seu declínio. O uso do vestido de luto diminuiu de forma constante a partir dos anos 1880, e na década de 1930, véus das viúvas já estavam fora de uso, exceto em países católicos e círculos reais. Após a Segunda Guerra Mundial, a prestação de vestido de luto não era mais um ramo específico da indústria.
Atualmente, já não há mais normas sobre o que usar exatamente em um velório ou enterro, claro que ninguém vai de biquíni… Mas convenhamos, se algum conhecido importante viesse a falecer, quem iria ter cabeça de pensar em que roupa vestir não é mesmo? Afinal a alma é mais importante que o corpo ou uma roupa! Mas talvez, você já pode deixar separadinho no seu armário uma vestimenta apenas para velórios e cemitérios, porque a morte também faz parte da nossa história sendo também inspiração para algumas tribos urbanas e até com mais cores.
Meus sentimentos… †
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Por Paola Sanguin, professora do núcleo de criação Sigbol Fashion