
A princípio os vestidos de noiva eram até bem coloridos. O que importava mesmo era o luxo – já que os casamentos eram arranjos comerciais, o vestido servia para mostrar o status das famílias.
O vestido branco começou a ser usado em meados do século XVI.
No final do Renascimento, o código de elegância barroca foi determinado pelas cortes católicas de Espanha onde se estabeleceu o preto como a cor correta a ser usada publicamente como demonstração da índole religiosa de qualquer pessoa. Esta cor era aceita como adequada também para os vestidos de noiva, embora tenha sido neste momento que surgiu o vestido de noiva branco como novo padrão de elegância.

A primeira noiva a se vestir de branco foi Maria de Médici ao se casar com Henrique IV, herdeiro da coroa francesa. Maria, princesa italiana, mesmo sendo católica não comungava da estética religiosa espanhola, e assim, se mostrou em brocado branco como prova da exuberância das cortes italianas. O vestido trazia um decote quadrado com o colo à mostra, o que causou grande escândalo perante o clero. 
Michelangelo Buonarote, um grande artista do Renascimento, comentou este traje como uma rica veste branca, ornada em ouro, que mostrava o candor virginal da noiva, então com quatorze anos.
No período Rococó, as noivas se casavam vestidas com tecidos brilhantes, bordados com pedrarias, com babados de renda nas mangas e decotes e as cores preferidas eram as florais apasteladas, sendo que as mais comuns eram a lilás, a cor de pêssego e o verde malva. Este hábito era seguido tanto pelas jovens da aristocracia, como pelas noivas pobres.
A Revolução Francesa aboliu o padrão de elegância luxuoso, próprio da aristocracia, que existia desde a Idade Média e o substituiu por um padrão mais discreto, puritano e burguês de origem inglêsa. Este padrão valorizou a pureza de caráter como a maior qualidade da noiva, projetou sobre ela a cor branca como símbolo da sua inocência virginal. Acrescentou-se a este traje um véu branco e transparente como símbolo da sua castidade, preso à cabeça por uma guirlanda de flores de cera representando esta sua qualidade como condição natural de toda jovem de família. Neste momento é introduzido o uso do linho, da lã e de tecidos opacos como adequados para o vestido de noiva. 
A recuperação da força da cerimônia matrimonial como a realização do sonho da moça que encontra seu príncipe encantado, se deu nos anos 80 com o casamento de Lady Diana Spencer com o Príncipe de Gales, futuro rei da Inglaterra em 1981. O traje desta cerimônia mostrou a tradição de elegância da realeza da casa de Windsor representado na releitura do vestido da Rainha Vitória e no uso do diadema real como símbolo medieval do patrimônio das famílias, na estrutura do vestido da Sissi, a imperatriz romântica, com o modelo da Branca de Neve como a donzela pura e nobre que encontra seu príncipe encantado. 
Mas hoje há uma mistura de gostos e estilos….

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Por Marisa Angela Garcia Machado, professora do Núcleo de Modelagem da Sigbol Fashion – Unidade Ribeirão Preto.
Referências: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11.